"Como todos los hombres de la biblioteca, he viajado em mi juventude; he peregrinado em busca de um libro, acaso del catálogo de catálogos; ahora que mis ojos casi no pueden descifrar lo que escribo, me preparo a morrir unas pocas leguas del hexógeno em que nasci. Muerto no faltarán manos piedosas que me tiren por la baranda; mi sepultura será el are insondable: mi corpo se hundirá largamente y se corroperá y disolverá en la viento engendrado por caida, que es infinita..."(Jorge Luis Borges)
O universo de Borges sempre tão inacessível e tão apaixonante, tão longínquo e infinito, tão distante de nós, tão perto da vida.
Alberto Manguel, foi um dos muitos jovens, que leram em voz alta para Borges, sem se estabelecer uma forte relação pessoal: "Eu descobria um texto lendo-o em voz alta, enquanto Borges usava os ouvidos como outros leitores usavam os olhos para esquadrinhar uma página à procura de uma palavra, de uma frase, de um parágrafo que confirmassem um registo da memória. Durante a leitura, interrompia-me, fazendo comentários ao texto a fim de (penso eu) tomar notas mentais."
Segundo Manguel, mesmo que não significasse nada mais que um veículo de informação para Borges, sentia que o universo do escritor abafaria qualquer sentimento contraditório: "Eu sentia que era o único proprietário de uma edição cuidadosamente anotada, compilada para meu benefício exclusivo. Evidentemente que não o era; eu (como muitos outros) era apenas o seu caderno de apontamentos, um aide-mémoire de que o escritor cego necessitava para organizar as suas memórias".