«Vou mais uma vez mudar de casa. À minha volta, na poeira secreta de cantos insuspeitos, entretanto revelados pelo arrastar de móveis, empilham-se colunas instáveis de livros, como os penedos esculpidos pelo vento de uma paisagem desértica. Ao erguer pilha atrás de pilha de volumes conhecidos (reconheço alguns pela cor, outras pelo formato, muitos por um pormenor nas capas, cujos títulos tento ler ao contrário ou de um ângulo inadequado), pergunto-me, como de todas as outras vezes, por que motivo guardo tantos livros que sei que não voltarei a ler.»
Alberto Manguel
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
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