quinta-feira, 25 de junho de 2009

Nesta terra aprendi a gostar de cerejas









Terra Quente o Fim do Milénio: se folhearmos este livro vemos:

Gestos do quotidiano. Carneiros, galinhas, perdizes, cerejas. Naturezas mortas. A expressão natureza morta não é muito feliz, a natureza fala connosco.

Mulheres que depenam galinhas com a mesma naturalidade com que penteiam meninas, a ferocidade e a ternura aliam-se na obra de Graça Morais.

Anjos preparam-se para desfilar na procissão, alguém lhes preparou os cabelos. Aquele carvão sobre papel, serão mesmo dois, ou é apenas um anjo que se vê de perfil?

Uma mulher descasca uma batata enquanto a criança é engolida por um urso.










Aquela mulher, que nos observa de costas, olha-nos como se o fizesse de frente. Olhos nos nossos olhos. O gancho deixou cair alguns cabelos, estava concentrada noutra coisa.

Este livro é um estudo da formação do mundo. Pintura, desenho, excertos dos seus diários, acompanhados pelo texto de António Carlos Carvalho e fotografias de Roberto Santandreu.

Um cartão de visita da Terra Quente.