sábado, 17 de abril de 2010

É proibido, por Pablo Neruda.

É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,
Não transformar sonhos em realidade.

É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.

É proibido deixar os amigos
Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.

É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,
Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.

É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,
Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.

É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,
Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.

É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,
Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.

É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,
Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.

É proibido não buscar a felicidade,
Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Truman Capote (1924-1984)




Entrevistas da Paris Review

"Há alguma coisa que tenha escrito há muito tempo e de que goste tanto como gosta daquilo que escreve agora?
-Sim. Por exemplo, no Verão passado li o meu romance Outras Vozes, Outros Lugares pela primeira vez desde que ele foi publicado, há oito anos, e foi quase como se estivesse a ler uma coisa escrita por um estranho. A verdade é que eu sou um estranho para aquele livro; a pessoa que o escreveu parece ter pouco em comum com o meu eu actual. As nossas mentalidades, as nossas temperaturas interiores são totalmente diferentes. Apesar da inépcia, aquilo tem uma extraordinária intensidade, verdadeira voltagem. Estou muito satisfeito por ter conseguido escrever o livro quando o escrevi, caso contrário ele nunca teria sido escrito."