quinta-feira, 29 de novembro de 2012
O livro que só queria ser lido
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
http://www.youtube.com/watch?v=lJLOWwSW00A
Não És Homem P'ra Mim
Romana( Interpretação de Luisa Sobral)
Não és homem para mim
Eu mereço muito mais
Não és homem para mim
Eu mereço bem melhor
Não és homem para mim
Se não ouves os meus ais
E só a ti tens amor
Não és homem para mim
Eu preciso muito mais
Não és homem para mim
Tu não me dás o que tens
Só tens amor por ti
Não és homem para mim
Nem és homem para ninguém
Eu sou boa demais para ti, eu sei
És menos, eu sou mais, és mal e eu bem
Eu sou uma rosa em flor e tu o espinho que ela tem
Tu és a minha dor, pior não há
Não és homem para mim
Eu mereço muito mais
Não és homem para mim
Eu mereço bem melhor
Não és homem para mim
Se não ouves os meus ais
E só a ti tens amor
Não és homem para mim
Eu preciso muito mais
Não és homem para mim
Tu não me dás o que tens
Só tens amor por ti
Não és homem para mim
Nem és homem para ninguém
Eu soa boa demais para ti, eu sei
Não somos nada iguais
Tu não dás e eu dei
Apenas vês em mim
Uma fonte de prazer
Prazer que eu fingi
Muitas vezes , também ter
Não és homem para mim
Eu mereço muito mais
Não és homem para mim
Eu mereço bem melhor
Não és homem para mim
Se não ouves os meus ais
E só a ti tens amor
Não és homem para mim
Eu preciso muito mais
Não és homem para mim
Tu não me dás o que tens
Só tens amor por ti
Não és homem para mim
Nem és homem para ninguém
terça-feira, 27 de novembro de 2012
http://www.youtube.com/watch?v=qF_5xmrggEw
Perdóname
Pablo Alborán y Carminho
Si alguna vez preguntas el por que?
No sabre decirte la razón
Yo no la se
Por eso y más
Perdóname?
Ni uuuna sola palabra mas
No mas besos al alba
Ni una sola caricia habrá
Esto se acaba aquí
No hay manera ni forma
De decir que si
Ni uuuna sola palabra mas
No mas besos al alba
Ni una sola caricia habrá
Esto se acaba aquí
No hay manera ni forma
De decir que si
Si alguna vez
Creíste que por ti
O por tu culpa me marche
No fuiste tu
Por eso y más
Perdóname...
Si alguna vez te hice sonreír
Creiste poco a poco en mi
Fui yo lo se
Por eso y más
Perdóname...
Ni uuuna sola palabra mas
No mas besos al alba
Ni una sola caricia habrá
Esto se acaba aquí
No hay manera ni forma
De decir que si
Siento volverte loca
Darte el veneno de mi boca
Siento tener que irme así
Sin decirte adios
Siento volverte loca
(Siento volverte loca)
Darte el veneno de mi boca
Siento tener que irme así
(Siento tener que irme así)
Sin decirte adios
(Sin decirte adios)
Ni uuuna sola palabra mas
No mas besos al alba
Ni una sola caricia habrá
Esto se acaba aquí
No hay manera ni forma
De decir que si
Ni uuuna sola palabra mas
No mas besos al alba
Ni una sola caricia habrá
Esto se acaba aquí
No hay manera ni forma
De decir que si
Perdóname...
Os Vendilhões do Templo
Deus disse: faz todo o bem
Neste mundo, e, se puderes,
Acode a toda a desgraça
E não faças a ninguém
Aquilo que tu não queres
Que, por mal, alguém te faça.
Fazer bem não é só dar
Pão aos que dele carecem
E à caridade o imploram,
É também aliviar
As mágoas dos que padecem,
Dos que sofrem, dos que choram.
E o mundo só pode ser
Menos mau, menos atroz,
Se conseguirmos fazer
Mais p'los outros que por nós.
Quem desmente, por exemplo,
Tudo o que Cristo ensinou.
São os vendilhões do templo
Que do templo ele expulsou.
E o povo nada conhece...
Obedece ao seu vigário,
Porque julga que obedece
A Cristo — o bom doutrinário.
(António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo...")
Deus disse: faz todo o bem
Neste mundo, e, se puderes,
Acode a toda a desgraça
E não faças a ninguém
Aquilo que tu não queres
Que, por mal, alguém te faça.
Fazer bem não é só dar
Pão aos que dele carecem
E à caridade o imploram,
É também aliviar
As mágoas dos que padecem,
Dos que sofrem, dos que choram.
E o mundo só pode ser
Menos mau, menos atroz,
Se conseguirmos fazer
Mais p'los outros que por nós.
Quem desmente, por exemplo,
Tudo o que Cristo ensinou.
São os vendilhões do templo
Que do templo ele expulsou.
E o povo nada conhece...
Obedece ao seu vigário,
Porque julga que obedece
A Cristo — o bom doutrinário.
(António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo...")
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Ofício de Amar
já não necessito de ti
tenho a companhia nocturna dos animais e a peste
tenho o grão doente das cidades erguidas no princípio doutras
[galáxias, e
[o remorso
um dia pressenti a música estelar das pedras, abandonei-me ao silêncio
é lentíssimo este amor progredindo com o bater do coração
não, não preciso mais de mim
possuo a doença dos espaços incomensuráveis
e os secretos poços dos nómadas
ascendo ao conhecimento pleno do meu deserto
deixei de estar disponível, perdoa-me
se cultivo regularmente a saudade de meu próprio corpo
Al Berto, “O Medo”
já não necessito de ti
tenho a companhia nocturna dos animais e a peste
tenho o grão doente das cidades erguidas no princípio doutras
[galáxias, e
[o remorso
um dia pressenti a música estelar das pedras, abandonei-me ao silêncio
é lentíssimo este amor progredindo com o bater do coração
não, não preciso mais de mim
possuo a doença dos espaços incomensuráveis
e os secretos poços dos nómadas
ascendo ao conhecimento pleno do meu deserto
deixei de estar disponível, perdoa-me
se cultivo regularmente a saudade de meu próprio corpo
Al Berto, “O Medo”
É Preciso Também não Ter Filosofia Nenhuma
Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Explicação da Eternidade
devagar, o tempo transforma tudo em tempo.
o ódio transforma-se em tempo, o amor
transforma-se em tempo, a dor transforma-se
em tempo.
os assuntos que julgámos mais profundos,
mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.
por si só, o tempo não é nada.
a idade de nada é nada.
a eternidade não existe.
no entanto, a eternidade existe.
os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.
os instantes do teu sorriso eram eternos.
os instantes do teu corpo de luz eram eternos.
foste eterna até ao fim.
José Luís Peixoto, in "A Casa, A Escuridão"
devagar, o tempo transforma tudo em tempo.
o ódio transforma-se em tempo, o amor
transforma-se em tempo, a dor transforma-se
em tempo.
os assuntos que julgámos mais profundos,
mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.
por si só, o tempo não é nada.
a idade de nada é nada.
a eternidade não existe.
no entanto, a eternidade existe.
os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.
os instantes do teu sorriso eram eternos.
os instantes do teu corpo de luz eram eternos.
foste eterna até ao fim.
José Luís Peixoto, in "A Casa, A Escuridão"
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