domingo, 31 de maio de 2009

Espinosa

Há já algum tempo que a minha curiosidade pedia que visse qualquer coisa de Espinosa.
Este filósofo judeu, cuja familia era oriunda de Vidigueira, era sucessivamente apontado como uma referência mundial na filosofia, e não apenas pelo nosso estranho patriotismo.
E assim, eu, que por acaso nem tenho um especial gosto pela filosofia(ou a memória do liceu mo garantia), dei comigo a ler com gosto um livrinho da colecção Cadernos Culturais, dedicado a este filósofo, da autoria de E. Chartier.
A cada passo tropeçava num pensamento e pensava "isto é importante", e agora, que terminei este livrinho, ficou aquela sensação que me fica muitas vezes, de que deixei perder muito do que li, ou seja, a filosofia de Espinosa merece um olhar mais atento, mais lento, para que a informação não seja apenas informação, mas se entranhe em conhecimento.
Deixo-vos algumas linhas para aguçar o apetite. Garanto que a leitura vale mesmo a pena.
Até breve.
(...)"É, pois, impossível ao indivíduo mutilar a sua própria natureza e encontrar qualquer razão para viver exterior a essa mesma natureza; porque a razão de viver e a vontade de viver mais não são, em qualquer ser, a sua própria essência, enquanto esta exclui de si mesma tudo o que a nega. Em vão procuraremos desejar qualquer coisa que nos seja exterior e a que chamenos a felicidade, o bem ou a virtude: ninguém deseja ser feliz, agir bem, viver segundo a virtude, sem desejar ao mesmo tempo ser, agir e viver, isto é, existir em acto. Antes de desejar qualquer coisa, desejo ser."(....)