segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Sentado à sombra da oliveira

Pele seca e morena,
De sucessivos estios no campo,
Desdobra o farnel de pano sujo,
Vendo à sua frente,
A faina de um ano.
Dedos velhos calejados,
Levam à boca o naco do descanso,
Enquanto os melões reluzem doirados,
Em ninho verde imposto pela rega.
A um gole de água,
As uvas, rendilhado de botões verdes,
Penetram no seu olhar.
Em cada pausa sob a oliveira,
Prepara a jorna contínua,
De domar a natureza no seu ciclo.
Falsa presa da opressão do homem,
É a natura cuja vontade encerra,
O fim de todas as suas labutas.