Hoje aprendi que a relevância que damos às coisas depende do esforço mental que lhe dedicamos, no momento ou numa conjuntura anterior... neste momento, a moda dita a componente social, que absorve o "eu", e eu estou cansado. Regresso à liberdade da poesia, na pena de Pessoa.
Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E só sentes o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
Fernando Pessoa – 1931
O que nos prende é também o que nos liberta…