quarta-feira, 27 de maio de 2009

É tão bom ter dias assim!

A semana passada valeu mesmo a pena. Por várias razões, vou destacar aquela que mais me marcou e surpreendeu. Numa altura em que se fala de tantas coisas negativas, assinalo uma situação de enorme esperança nos jovens que passam despercebidos "às estatísticas" como referiu a amiga Júlia, no post referente à «pastora poetisa».

Uma adolescente de 14/15 anos, com o ar mais simpático do planeta, apareceu no balcão de atendimento desta biblioteca, esfuziante com o livro de Saramago «Memorial do Convento» como se trouxesse consigo o maior dos tesouros. E de repente, o tempo parou, porque aquela menina/mulher assim o quis, e eu que andava tão longe fiquei silenciosamente a reparar naquela «criatura» que fisicamente não inspiraria nenhum olhar especial, mas que fez questão de marcar posição com o seu entusiasmo «Saramagosense» e nós que ali estávamos crescemos também de entusiasmo.
Como boa leitora, fez questão de salientar, com a autoridade própria dos bons leitores, a demora exagerada de um outro utilizador na entrega do livro que tanto desejava ler.
E como não poderia deixar de ser, este livro que ela tanto desejava:-já é a segunda vez que aqui venho! - era o «Intermitências da Morte». Até aposto que se Saramago tivesse a honra de presenciar esta cena, depressa esqueceria o episódio Sousa Lara.